terça-feira, 17 de julho de 2012

Nação(zinha)

"Porque uma grande Nação... ela deve ser medida por aquilo que faz 'prás' suas crianças e "prá" seus adolescentes. Não é o produto interno bruto. É a capacidade do país, do Governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são as suas crianças e os seus adolescentes".

Esse foi o discurso de nossa Presidente, Dilma Rousseff, na 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente realizada em 12 de julho em Brasília. Muito bonito, por sinal, mas destoado da realidade. Primeiro pelo fato de dependermos do PIB de nosso país para que tenhamos garantidos nossos empregos e que o bem estar da população seja mantido (pelo menos parte dela). Segundo, porque cabe o seguinte questionamento a cerca do que fora dito pela Presidente: o que está sendo feito pelas crinças e adolescentes de nosso país?

O Brasil ocupa o 88º lugar no ranking mundial de educação da Unesco. Apesar de sermos, atualmente, a 6ª economia do mundo, não passamos do 84º lugar em Índice de Desenvolvimento Humano. E a Excelentíssima Presidente da República tem a coragem de afirmar que é o que o País faz pelas crianças que deve servir de medida de uma nação. Podemos dizer, então, que somos, no máximo, uma "naçãozinha".

O discurso soou bonito em um congresso que discute a proteção às crianças e aos adolescentes, mas não há como deixar de analisá-lo diante da situação real do Brasil: um país de educação precária, que tem de importar tecnologia para conseguir crescer economicamente e manter-se produtora daquilo que o sustenta. Nem mesmo as universidades oferecem um nível competitivo internacionalmente.

Um país que pensa nas crianças e nos adolescentes não deve ficar satisfeito apenas com uma legislação modelo (como é o caso do ECA). Deve fazer valer as previsões legais e realmente praticar seus princípios, investindo em educação, o que realmente fará dos jovens cidadães dignos que, em retorno, contribuirão para o país.

Embora bonito, o discurso de Dilma Rousseff foi um verdadeiro tiro no pé.

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